quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mercados Públicos do Recife, um livro pra ser ver

Para levar a um público que busca diversidade cultural e riqueza da história recifense, formou-se um grupo independente composto pelo historiador Marcelo Lins, pelo fotógrafo Damião Santana, pela redatora Maria Adélia Bandeira de Melo e pela designer Fátima Finizola, todos sob a coordenação da produtora cultural Cynthia Mahon.

Assim, surgiu o projeto recife no Bolso, uma coleção de quatro pequenos livros, em inglês e português, a fim de proporcionar uma leitura agradável e trazer aspectos da história, das tradições e dos costumes da cidade e de seu povo.

O primeiro livro Mercados Públicos do Recife, lançado dia 27 de setembro deste ano, aborda uma das tradições mais ligadas aos recifenses. O texto, de autoria de Marcelo Lins, leva o leitor a uma viagem por cinco dos mais representativos mercados da cidade: Boa Vista, São José, Madalena, Casa Amarela e Encruzilhada. A história, a arquitetura e a riqueza do folclore e da cultura das pessoas de cada um deles.

A princípio, o mercado é um lugar de compras, onde encontramos um pouco de tudo. Mas para os habitantes do Recife o mercado é muito mais do que um simples bazar de mercadorias. Quando os pesados portões de ferro se abrem, entra-se como que em outro mundo. Aí são encontradas gentes de todas as classes, credos e cores que freqüentam democraticamente o espaço do mercado, do encontro de amigos e boêmios para a cervejinha do sábado, onde se discute um pouco de tudo, de política a futebol à famílias que têm no mercado sua fonte de renda e meio de vida. Pessoas que vivem e freqüentam os mercados há gerações e ainda conseguem se emocionar com as lembranças. E a história que aí se constrói é diária, transformando e fortalecendo a identidade de cada um deles.

Mas os mercados, além de tradição e costume, são fontes de orgulho para os recifenses pela sua diversidade e em alguns casos pioneirismo da sua arquitetura. Como é o caso do imponente mercado de São José, o primeiro mercado de ferro construído no Brasil datado de 1875. Sua estrutura em ferro fundido trazido da Europa mostra o arrojo dos governantes do Recife daquela época trazendo para o Brasil o que havia de mais moderno em matérias e técnicas de construção. E que há pouco tempo foi reformado, atraindo ainda mais o visitante.

Sendo também local de reuniões da freguesia, cada mercado traz consigo reformas urbanísticas, acontecimentos políticos, fatos históricos importantes para a localidade, que aconteciam por toda a cidade. História que pode ser acompanhada por imagens e fotografias que mostram os mercados desde suas origens até os dias atuais.

São relatos que marcaram e ainda marcam a história dos mercados públicos do Recife, presentes no livro. Porém, nada melhor que conferir pessoalmente essa identidade cultural do estado.


Por Kelly Beatriz Souza

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Conhecendo o Mercado Boa Vista

O mercado da Boa Vista, se diferencia dos outros estabelecimentos de mesmo tipo na região. Em quanto o mercado de São José, consagrado como "Monumento Nacional" desde 1973, já é um ponto turístico obrigatório para aqueles que visitam a cidade, o Boa Vista recebe apenas o público local.

O mercado, fundado no início do século XX, ainda mantém muito de suas características arquitetônicas originais. O portão de ferro, conserva até hoje em suas pilastras um símbolo que identifica o local onde se negociavam ou leiloavam os escravos negros trazidos da África.

Localizado na Rua de Santa Cruz, no bairro da Boa Vista, o mercado possui 63 boxes, onde são comercializadas frutas, verduras, carnes, peixes, produtos naturais, mercearias além de bares de comida regional. Atualmente, a prefeitura está realizando obras de melhoria na área interna e externa do estabelecimento, mas ainda há muito que se mudar.

Em quanto os outros mercados se prezam pelo valor cultural que possuem, e o exploram tornando-os centros de artesanatos popular, no mercado da Boa Vista pouca arte é vista. Um local onde já foi destinado à venda de escravos africanos que chegavam ao Brasil através de contrabando, poderia utilizar deste seu passado para atrair turistas e moradores locais.
Por Amanda Barros

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

De veterinario à artesão...

Alberto de Souza, 44 anos, formado em medicina veterinária pela UFPE, deixou o trabalho para administrar seus oito boxes no Mercado São José.

Com o crescimento dos negócios teve que deixar sua profissão e acabou se tornando artesão, como herança da sogra herdou um dos boxes, que hoje já se multiplicaram e ocupam um grande espaço no mercado.

Há 25 anos vende renda renascença, renda de frivolité, ponto de cruz e a sua especialidade bonecas de pano, todo artesanato é feito por ele. O modelo mais procurado é a Cidinha, bonecas com pernas longas e coloridas que encantam as crianças.

As bonecas variam de preços de acordo com o tamanho e o material utilizado.
Segundo Alberto ele produz todo o seu artesanato na madrugada quando chega do trabalho. É com a renda do boxe que ele sustenta a família.

Sua arte fascina turistas e as pessoas da região.

Por Marília Maciel

História, cultura e regionalismo se encontram na Madalena

Quem visita o Mercado da Madalena pode ficar muito próximo de elementos importantes da nossa cultura popular. É só prestar atenção no Box Sertanejo, e verificar como é possível obter contato com tanta representatividade do pensamento e da produção tipicamente regionalista.

Eurides Ferraz, uma sertaneja de Serra Talhada sabe muito bem contar estas histórias de resistência da cultura nordestina no Mercado. Depois de ter sido aposentada como funcionária do antigo Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), ela optou por passar boa parte do seu tempo convivendo com as pessoas que procuram o Mercado como uma opção de lazer, entretenimento e encontro na cultura popular. Logo na chegada no Box , pode-se ver os cordéis que retratam os casos e as situações cotidianas com a linguagem rimada e característica desta literatura. Recitais de poesia, ponto de encontro de artistas, local de divulgação de livros e da cena cultural.


Eurides sente-se por estar rodeada com a realidade da região. "Para que se tenha uma idéia, alguns livros lançados recentemente de autores locais nasceram aqui na Madalena, por exemplo, o Relicário de Felipe Jr., onde ele conta como fez diversas amizades e contatos. Como sertaneja eu sei da importância de lugares como estes". Os encontros acontecem na maioria aos sábados e não tem datas certas, apenas que os poetas estejam dispostos a se encontrar. "Chico Pedrosa, Jessier Quirino, Galego Aboiador. São artistas que sempre nos visitam e juntam muita gente".

Até na área gastronômica, o Box de Eurides tem o que contar. "Eu vendo aqui a tradicional manteiga de garrafa, mel de engenho, rapadura, doces e queijos".

E para manter a tradição do homem nordestino de ouvir a música local, nada melhor do que um velho e bom rádio. Um ABC, A voz de ouro ainda em ótimo estado de conservação e funcionando, pode ser visto no Box. "O rádio era da família e tenho um compromisso de guardá-lo".

É por exemplos assim que os Mercados Públicos podem ser considerados exemplos de cultura regional. A própria arquitetura mantida e conservada, deixa no ar um clima de popular e tradicionalista.

Por Aroldo Costa

No Mercado da Madalena, uma discussão sobre a Economia

Mesmo sofrendo a concorrência direta de supermercados, lojas, restaurantes e bares diversos, os mercados públicos tentam a sobrevivência baseados numa relação direta com os clientes, consumidores e visitantes. Nestes mercados ainda é possível se encontrar uma boa conversa ou mesmo produtos com boa qualidade e de preço acessível. Mas a discussão sobre a Economia nestes lugares é muito maior e passa, por exemplo, sobre questões como, comodidade (todos os hipermercados dispõem de grandes estacionamentos), localização e variedade de itens oferecidos.

No Mercado da Madalena não é diferente. Numa olhada mais cuidadosa é possível notar um movimento pequeno durante a semana. É mesmo nos fins de semana que o mercado fica mais movimentado, principalmente nos bares existentes.

Temístocles Lopes de Oliveira é um dos mais antigos vendedores, está há mais de 20 anos comercializando peixes, aquários e produtos afins. Para ele, durante os últimos anos houve uma mudança no perfil econômico no lugar. "Antigamente aqui tinha venda de carnes, frutas, verduras. Hoje já não é mais assim. Pra falar a verdade, hoje só vemos bares e passarinhos. Além do que depois que fecharam a praça aqui na frente o movimento caiu muito. Se não fossem os bares, acho que já tinha fechado". É claro que a concorrência com lojas especializadas influiu diretamente para este novo quadro. Mesmo assim, Temístocles continua zeloso e prestativo com a clientela. "Continuo construindo aquários e vendendo peixes, pois é o que mais gosto de fazer".

Já o comerciante Paulo Barbosa trabalha há seis anos no Mercado da Madalena e agrada justamente os visitantes que procuram a gastronomia. Atendendo um público variado acima de 25 anos que busca diversão por meio de bebida e comida regional, ele comenta o movimento registrado nos fins de semana como o melhor momento do Mercado. Aposentado, ele preferiu ficar como proprietário de um box onde pratos típicos se destacam. "Realmente durante a semana a freqüência é baixa, mas no fim de semana compensa. Pra mim não foi difícil se adaptar a nova realidade de trabalhar aqui". Nos pratos servidos destacam-se a costela no bafo, feijoada e os tira-gostos feito com peixes.

Paulo Barbosa inclusive não vê a concorrência como algo tão ruim. "Vejo muitas pessoas freqüentando outros lugares, mas que estão sempre vindo por aqui. Tem gente que passa a noite numa festa ou boate, e vem tomar café da manhã ou a saideira no Mercado".

No Mercado da Madalena ainda pode-se notar o comércio de calçados, gêneros alimentícios, filhotes de animais e até bolsas e artigos de couro. E apesar do avanço da sociedade para instrumentos mais modernos nesta área, ele subsiste por sua simplicidade e está ali, perto de tudo e de todos.


Por Aroldo Costa

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mercado

Este local que a princípio se comercializam produtos alimentícios e outros produtos é ponto de encontro de várias gerações que buscam aconchego e diversão.

Na dúvida em uma saída, nada melhor que reunir os amigos no fim de tarde de uma sexta-feira para saborear os bolinhos de bacalhau do Mercado da Boa Vista ou uma boa macaxeira no Mercado da Madalena. Além de um repertório autenticamente nordestino para embalar a noite do pessoal.

Vozes que durante o dia passam a oferecer produtos se misturam a risadas de turistas que se encantam com a diversidade cultural pernambucana. não só ele, mas os próprios artistas também formam esse grupo, como bons amigos, que depois de uma semana de trabalho buscam descontração.

Cantadores, coco, ciranda, forró, rock, de tudo se encontra no mercado. É lá que a ressocialização está presente. Não há diferença de cor nem de sexo.

Em meio a agitação do centro da cidade, é no Mercado de São José que as pessoas encontram artigos típicos da região para presentear amigos e familiares. São produtos de qualidade e que conquistam o gosto de todos a preços populares, sem contar com o carisma dos vendedores que têm satisfação em atender.

Mas não adianta apenas dizer o que você encontra nos mercados. Aproveite para fazer uma visita ao seu mercado predileto e conferir tudo o que ele oferece. Para isso atente às informações abaixo.

Horário de funcionamento:

6h às 18h de segunda a sábado
6h as 12h no domingo

Madalena
Rua Real da Torre, 270 – Madalena


Boa Vista
Rua Santa Cruz, s/n – Boa Vista


São José
Praça Dom Vital, s/n – São José
Por Kelly Beatriz Souza

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Na Boa Vista, um mercado para se ver

O Mercado da Boa Vista, situado na Rua de Santa Cruz, s/n, bairro da Boa Vista, no Recife, foi construído no início de século XIX, porém não se sabe ao certo a data da sua inauguração.

Seus boxes, onde atualmente são comercializados cereais, verduras, carnes, peixes, frios, ervas, artigos de armarinho e abrigam pequenos bares de comida regional eram destinados à expor e vender escravos africanos que chegavam ao Brasil através de contrabando.

O Mercado da Boa Vista e tão antigo quanto o de São José. Não se sabe, ao certo, a data de sua inauguração.

www.recife.pe.gov.br/pr/servicospublicos/csurb/mercadospublicos

Mercado São José, um encontro com a cultura

O Mercado de São José foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1875, e assim chamado por ter sido edificado no bairro de São José. Foi construído no mesmo local do antigo Largo da Ribeira do Peixe, onde eram comercializadas várias mercadorias. Antigamente, lá se apresentavam mágicos, acrobatas, ventríloquos, ouvia-se sons de pandeiros, zabumbas, cavaquinhos e sanfonas e havia muitos tipos populares. Infelizmente, hoje já não fazem parte do cenário local.

O centro já foi o maior mercado do Recife, abrigando cantadores, emboladores e da literatura de cordel. Hoje ele abriga 46 pavilhões, contendo 561 boxes cobertos e 80 compartimentos na sua área externa, além de 24 outros destinados a peixes, 12 a crustáceos e 80 para carnes e frutas.

O Mercado de São José é um local onde se encontra o melhor do artesanato regional, comidas típicas, folhetos de cordel, ervas medicinais, artigos para cultos afro-brasileiros, sendo também um importante centro de abastecimento do bairro de São José e um ponto de atração turística na cidade do Recife.

www.recife.pe.gov.br/pr/servicospublicos/csurb/mercadospublicos

O Mercado da Madalena e sua história

O Mercado da Madalena está localizado na Rua Real da Torre, nº 270, tendo sido iniciada a sua construção em 6 de fevereiro de 1925. Inaugurado em 19 de outubro do mesmo ano, pelo governador Sérgio Loreto, era ponto de reunião de feirantes que vendiam frutas e verduras, sem qualquer interferência das autoridades da época. Como funcionava à noite, foi denominado de Mercado do Bacurau (pássaro madrugador). Atualmente, conta com 180 compartimentos, abrangendo 980 m² de área construída. O espaço onde funciona a Administração do Mercado conserva a estrutura original. Foi alterada, apenas, a parte térrea onde funcionavam os sanitários e o depósito.

www.recife.pe.gov.br/pr/servicospublicos/csurb/mercadospublicos